quarta-feira, 30 de março de 2011

Sociologia da Adolescência (artigo 2)

ARTIGO SEGUNDO FANTASIAS SEXUAIS, O INDIVIDUO E A LIBERDADE

 “A sociedade não concede aos indivíduos a liberdade de dispor assim dos seus corpos e afectos. Em matéria da sexualidade a pressão cultural, seja qual for a sua natureza, é considerável.”
A uns tempos atrás a angústia, o medo de realização sexual era o receio de gravidez (tanto por raparigas como rapazes), e em menor preocupação a sífilis (por rapazes). De uma época para outra, pode-se dizer que se verifica uma mutação de pensamentos. O actual confronto dos adolescentes são as exigências, e não os interditos. Esta exigência sexual origina uma interrogação contínua questionando se ele é um adolescente normal ou não.

- O IDEAL DE NORMALIDADE
Este desejo, esta ânsia, originada por uma sociedade exigente, “obrigando” o adolescente a ter uma “sexualidade feliz, livre e orgástica”, onde o individuo tem que encontrar a felicidade. Concluindo, a sociedade não exige somente que os adolescentes façam amor. Exige que seja “Bem Feito”!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sociologia da Adolescência

ARTIGO PRIMEIRO – “SOCIOLOGIA DAS FANTASIAS SEXUAIS
(in sociologia da sexualidade)

A adolescência é uma fase de transição, onde é verificável várias alterações, modificações tanto no campo fisiológico como do psicológico. As fantasias sexuais são apenas mais um tijolo na construção do indivíduo, que tende a ter inicio nos primeiros momentos da adolescência.

- Como é que os adolescentes encaram os seus sonhos/fantasias?
É certo que o adolescente tem o privilégio de adormecer, de fantasiar, de sonhar com “cenários amorosos” onde é norma haver um clima de troca de carícias e beijos, e por vezes de fantasias homo ou heterossexuais, sádicas ou masoquistas, voyeuristas, etc.
No entanto, existe uma divergência na forma como os adolescentes encaram os sonhos e a masturbação. Uns vivem-nos com extrema ansiedade e outros com vergonha. Os “actores” dos sonhos podem ser pessoas ou acontecimentos quotidianos; outros tendem a fantasiar com uma só pessoa durante um longo período de tempo podendo este “acontecimento amoroso” permanecer imutável nos sonhos.
Estas fantasias de origem psíquica, onde se verifica 1 conjugação entre as exigências pulsionais e as organizações neuróticas, podem ser vistas de 2 formas:
- Cenário amoroso, de clima mais romântico
- Cenário sexual, limitando-se apenas a explorar esta função.
BIBLIOGRAFIA:
ALAIN BRACONNIER&DANIEL MARCELLI, AS MIL FACES DA ADOLESCÊNCIA(2000),LISBOA,CLIMEPSI EDITORES PC

domingo, 20 de março de 2011

Crença, um Parecer de Doença (artigo 2)

"We are the nobodies 

We wanna be somebodies
When we're dead,
They'll know just who we are

Some children died the other day
We fed machines and then we prayed
Puked up and down in morbid faith
You should have seen the ratings that day"

- The Nobodies, Marilyn Manson

O poder de um grupo, a força da sociedade, o dever de cumprir tradições e crenças da sua cultura, ou subcultura ou contracultura, é algo compreensível no domínio da influência social. A compreensão é algo subjectivo, e então questionamos-nos se será que a Crueldade, o ódio, o medo, a burla, a má fé e a ignorância deveriam atingir algum grau de compreensão nesta situação? Não estará na altura de tentar reduzir a "liberdade de homicídio"?

“Em 10 anos, 15000 crianças foram acusadas de bruxaria – e pelo menos 1000 foram mortas durante os rituais para os libertar dos espíritos malévolos – muitas pelos próprios pais”

Sinais de possessão:
- Bébés: indentificar um feiticeiro até aos 2 anos é facil, diz a profeta. Choram toda a noite e têm febres altas.
- Um espirito possuido é contagioso, alastrando a familia, mesmo que estes os abandonem.
- Estas crianças crianças são demoniacas, sendo canibais(desejam alimentar-se dos pais), uma ameaça para a humanidade.

Será que é uma boa altura para perguntar o que é ser ser humano?
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PS:CLICA NA FOTO PARA AMPLIAR E USA ZOOM PARA UMA LEITURA MAIS ADEQUADA. QUALIDADE DE IMAGEM BOA.
PS2:AGRADEÇO Á MINHA AMIGA MARIA, POR TER SIDO PRESTÁVEL E TER ME AJUDADO NESTE TRABALHO. OBRIGADO.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Lepra

“Alguém estava a apressar os cortinados (…) Olhos húmidos, inteligentes, temperados pelo tempo e por um conhecimento demasiado vasto do sofrimento humano. Não havia dúvidas. Era M.Das. O poeta aproximou-se mais, e eu agarrei-me à borda da mesa num movimento convulsivo.
Estava perante uma coisa saída de um tumulo(…)
Dentes cintilavam, trocistas, num riso incontrolável, pois os lábios estavam tão apodrecidos, que deles só restavam pólipos de carne flácida. Nariz, já quase não tinha. Fora devorado, até se transformar numa membrana húmida e pulsante de carne esfolada, incapaz de esconderas duas aberturas que conduziam ao crânio (…) As crostas escamosas, irregularmente distribuídas, cobriam-lhe a cabeça, deixando aqui e ali, nos ângulos mais estranhos, tufos erectos de cabelos brancos. A orelha esquerda era uma massa informe (…) faltavam dois dedos da mão direita, partidos a meio da articulação. Um pedaço de desperdício cobria o que sobrava da mão esquerda, sem conseguir esconder as zonas putrefactas à volta do pulso, onde eram perfeitamente visíveis os músculos e os tendões. A cabeça maciça bamboleou como se o pescoço fosse incapaz de a sustentar. Os farrapos sobre o peito subiram e desceram num ritmo apressado. O quarto encheu-se com os sons aflitos das nossas respirações.


- Lepra! – Sussurrei, mas foi como se estivesse a gritar. A chaminha ondulou, ameaçando-se extinguir-se. Uns olhos castanhos líquidos, cujas pálpebras tinham sido particularmente comidas, observaram-me do outro lado da lamparina…”

- Descrição do poeta M.Das, Cançao Kali, 1985, p.155/156

Crença, um Parecer de Doença

“Ainda no outro dia, não muito longe daqui, uma senhora de idade e a filha já crescida, ambas, segundo consta, boas cristãs, cozinharam o neto no forno para afastarem os demónios quer o faziam chorar à noite. “

“Um dos meus estagiários é um parente distante daquele aluno do liceu da Califórnia que violou e assassinou a namorada, e depois convidou os catorze amigos para virem visitar o cadáver durante um período de 3 semas. Um deles, até deixou cair um tijolo na cabeça da rapariga para se certificar de que estava mesmo morta. Ninguém se lembrou de avisar a Policia.”

-Canção de Kali, Dan Simmons, 1985 , pag. 232

domingo, 6 de março de 2011

Teoria do Poder

"Mal! O mal não existe. Não existe a violência. Só existe o poder. O poder é o único grande princípio organizador do universo, Sr.Luczak. O poder é a única realidade à priori. Toda a violência que receamos, só a receamos porque existe o poder. A violência é poder. Tudo o que receamos, só receamos porque existe uma força a exercer poder sobre nós. Todos queremos livrar-nos desse medo. Todas as religiões não passam de tentativas para conseguir o poder sobre as forças que ameaçam controlar-nos. Mas Ela é o nosso único refúgio. Só a Devoradora de Almas nos pode conceder a abhaya mudras e relegar o medo, pois só Ela tem esse poder absoluto. Ela é o poder incarnado, uma força que escapa ao tempo e a compreensão. (…) – Crueldade? Com certeza que um poeta sentimental como você, um poeta que gosta de falar as verdades eternas, deve saber que aquilo a que se chama crueldade é a única realidade que o universo reconhece. A vida subsiste através da violência.”

(…)

Luczak: " - recuso-me a aceitar um coisa dessas!"
Das: " - nunca provou do vinho do poder? Nunca foi violento?”

Conversa entre o poeta M.Das e o poeta Robert C. Luczak, em Cançao Kali, de Dan Simmons, 1985, p 161 e 162, Edições Saída de Emergência

- LIVRO VENCEDOR DO PRESTIGIADO WORLD FANTASY AWARD